Com tecnologia do Blogger.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Endividamento próprio?


Algo que me choca sempre que tenho que me deslocar a uma grande superfície comercial é a gigantesca multidão com que nos deparamos. Ocorre-me sempre um politicamente incorrecto “raios, mas estamos em crise porque toda a gente fez empréstimos para pagar a casa e depois nem desfrutam da mesma?” Recordo vivamente que nos meus tempos na Faculdade de Letras foi raro o colega ou o amigo que não sucumbiu à tentação do crédito fácil e se endividou até aos 65 anos, pelo menos, para ter casa própria. E contra mim falo.

Entretanto já todos nos apercebemos que não compramos casa própria, contratamos foi um endividamento próprio que nos hipotecou toda uma vida (ou acham que depois dos 65 anos é uma boa altura para se começar a viver a vida como sempre quisemos?). E entretanto, crise oblige, a banca viu-se obrigada a rever a melhor maneira de escravizar os cidadãos em ainda mais tenra idade e em vez de cativar os jovens que encontravam o seu primeiro emprego ou eram trabalhadores estudantes (um mercado limitado, embora já considerável) vai de copiar a banca americana e criar os malfadados “créditos estudantis” em que se atribuem créditos aos estudantes sem quaisquer rendimentos para tirarem o seu curso e só depois os começarem a pagar. Como as probabilidades de desemprego são actualmente quase absolutas não invejo o futuro económico dos jovens que têm contraído este tipo de empréstimos. Pior só mesmo os de crédito ao consumo.

Na realidade existem opções que jovens como eu, na altura, nunca consideraram. Uma delas são as casas pré-fabricadas em madeira, mais baratas que o habitual apartamento e bem maiores ou as casas por módulos. Outra opção ainda mais barata e que já começa a ter saída em Portugal é a de comprar contentores marítimos em segunda mão e convertê-los (é verdade, existem inclusive já algumas empresas especializadas na adaptação de contentores de carga).

Um contentor usado custa cerca de 2.400 euros em Portugal, dependendo do tamanho e dos desejos de cada proprietário um só contentor pode servir para uma a três divisões, mas imagine que opta por um contentor por divisão, uma moradia de tamanho considerável como um T4 irá custar-lhe 12.000 euros. Digam lá se não é uma opção extremamente tentadora?


Sem comentários:

Enviar um comentário